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Foi numa tarde de primavera

Quando Darak, que patrulhava furtivamente os territórios de Ning Zareth enquanto a guerra em Rashemir estava em andamento, foi o escolhido pela Trama da Sorte. Darak era um anão robusto e pertencia a guarda de Rashemir e a pedido de seu capitão, Tudden, foi enviado alguns dias antes à Ning Zareth para descobrir o que Ur, posteriormente chamado de Vecna, havia construído secretamente naquelas terras.

 

Com um lampejo forte, um portal arcano se expandiu e dilatou o tempo-espaço bem na frente de Darak, Korana, uma Clériga de Lassendor e Ixius, um Feiticeiro nascido em Rashemir mas que passou boa parte da vida em Damarani estudando as artes arcanas. Num movimento suave, a carta escrita por Iphas Miatris, o Capitão da Terceira Ordem do Esquadrão de Infantaria Arcana de Rashemir, pairou e deslizou suavemente até as mãos de Darak, ao mesmo tempo em que Ixius, por reflexo, já preparava um feitiço de proteção e Korana empunhou seu símbolo sagrado de Mielikki, que agora emitia uma luz prateada e discreta.

 

- O que é isso? - perguntou Darak em voz alta - Parece uma carta...

Ixius tomou rapidamente o papel das mão de Darak e começou a murmurar alguns encantamentos em busca de magia.

- Edr-cîn dolen - disse firmemente o Feiticeiro fazendo o pergaminho emitir um forte brilho e a partir dele, as imagens da guerra começaram se projetar no ar, como num cinema. Os três assistiram atentamente as cenas do castelo sendo atacado, até os últimos momentos onde Iphas enviava o pergaminho através do portal.

Os três ficaram estáticos, incrédulos com o que haviam acabado de assistir. O castelo de Kaldor, o símbolo da liberdade dos homens e dos povos em Rashemir, a capital do continente Kaldoriano, havia caído. Darak olhava desoladamente para o horizonte, segurando as lágrimas que, por orgulho, jamais escorreriam. Korana havia sentado numa rocha ao canto e iniciou seus rituais religiosos, pedindo proteção para todos aqueles que haviam caído em batalha e todos que ainda entregavam o pouco que restava, para tentar proteger a cidade. Ixius permaneceu estático, mas sua mente já planejava tudo: não havia tempo a perder, a mensagem de Iphas foi clara e se algum feitiço estivesse se espalhando por Kaldor, era importantíssimo que eles chegassem em Lassendor o quanto antes, mesmo que isso levasse dias de viagem.

- Nós temos que partir - disse Ixius - Temos que partir agora eu já sinto as perturbações nas Linhas de Ley, chega do aqui em Ning Zareth e seguindo rumo ao Norte. Algo grande está realmente atravessando Kaldor e eu não sei explicar o que é.

 

Um silêncio agoniante pairou no ar, enquanto Ixius aguardava uma resposta dos companheiros.

- Nós temos que agir agora antes que...

- Espere - interrompeu Darak com a voz embargada - Preciso pedir a Moradim que...

- Não há tempo, Darak... Não há tempo - Preste atenção... É como se uma nuvem estranha pairasse sobre nossas cabeças, começando a nos deixar letárgico. Talvez você não esteja sentindo ainda por não ser tão sensível a Magika, mas eu posso sentir.

- Eu também posso - disse Korana - É como se tudo ficasse confuso e uma incerteza crescesse em meu peito sobre o que estamos fazendo aqui...

- Mas levaremos dias até chegar em Lassendor, Ixius. Rashemir inteira seria destruída quando chegassemos na cidade dos Elfos! - disse Darak com os olhos serrados, numa mistura de pavor e preocupação.

Num movimento rápido, Ixius tirou sua bolsa das costas e começou a vasculhar dentro dela. O tilintar dos frascos de vidro das poções que ele carregava, soaram por uma eternidade e quando os três se deram conta, eles estavam parados no mesmo lugar mas o sol agora já estava se pondo. Então Ixius começou a vasculhar novamente:

- Vocês perceberam isso? Era por volta do meio dia quando comecei a buscar na minha bolsa e agora já está quase anoitecendo. Nós ficamos horas parados aqui sem fazer absolutamente nada e sequer nos demos conta disso.

O olhar de Darak emanava terror enquanto Korana entoava seus cânticos incessantemente.

- Achei! - gritou Ixius, puxando um pergaminho de dentro da bolsa - Finalmente. Um pergaminho de teletransporte que comprei nos meus últimos dias em Damarani. - Korana e Ixius arregalharam os olhos e se aproximaram de Ixius, depositando toda a esperança naquele pedaço de papel enrolado. - Só tem um problema... Este pergaminho é destruído durante a conjuração e... bom, ele só pode transportar uma pessoa.

Me lembro vagamente, como se uma névoa pairasse sobre meus pensamentos e anuviasse a minha mente: Kaldor, o homem mais nobre e justo que um dia já andou por essa terra, está morto, gritavam as pessoas na rua. O castelo de Rashemir, o coração das terras kaldorianas ardia em chamas enquanto criaturas monstruosas, vindas das profundezas de lugares mais terríveis que o próprio inferno, , cuspiam labaredas de fogo e dilaceravam os soldados que ainda tentavam lutar. Um a um, impiedosamente, eles eram mortos ao meio a gritos de dor, enquanto as paredes do castelo ruiam ao fundo.

 

Os Kendovs, a guarda real de Kaldor, estavam mortos. Seus corpos dilacerados jaziam sem vida no chão. Exceto por um deles... 

Ur - e guardem este nome - era um dos Kendovs e o único que caminhava firmemente naquele mar de sangue, afinal, ele era o responsável pelo ataque. Ur, que foi designado um dos doze Kendovs e tinha como missão manter a paz e o equilíbrio nas terras Krahrianas, ao norte do continente, traiu a todos e liderou o ataque que levou a queda de Kaldor.

Ur sempre desejou ter poder e controle sobre tudo e sentia inveja de Kaldor, que governava para todos, prezando sempre pelo bem estar de seu povo e tratava todos com humanidade incomparável. Quando Ur foi designado Kendov de Krah, hoje conhecida por Vokul, algo não saiu como planejado e ao invés de cumprir sua missão de paz, ele disseminou dúvida, ódio e descrença na população krahriana. Assim, silenciosamente, Ur, com seu grande poder de persuasão, começou a reunir o que viriam a ser suas tropas: cada vilarejo caia em sua lábia traiçoeira, cada cidade era inundada por pensamentos de dúvida sobre Kaldor e passava a dar cada vez mais ouvidos às mentiras de Ur, até que não sobrasse mais ninguém que não se opusesse a Kaldor. 

E então, Ur ordenou que os grandes ferreiros trabalhassem dia e noite produzindo armas e armaduras para a população. E assim foi feito. Ur ordenou também que os grandes magos e feiticeiros ensinassem rapidamente as artes arcanas àqueles com mais facilidade. E assim foi feito. Ur ordenou que a população fosse treinada rapidamente pelos soldados de Krah. E assim, foi feito. E enquanto todos se armavam e eram treinados pelos guerreiros e outros estudavam o Ars Mysteriorum, Ur secretamente erguia a Torre Escura, conectada diretamente às linhas de Ley kaldorianas e que serviria como um grande catalisador para algo ainda maior. Esse período ficou conhecido como A Era da Dúvida, em meados de 4730 Antes da Queda.

Em meados de 4734 A.Q., Krah, a terra gelada ao norte de Kaldor, agora havia se tornado uma terra cinzenta, inundada com fumaça e fuligem que Kulkodar Fark lançava incansavelmente sobre o Estado e fornecia o calor necessário para o funcionamento do maquinário que trabalhava na construção da Torre Escura.

Krah, por ordem de Ur, agora passaria a se chamar Vokul e o próprio Ur mudou seu nome para algo que até hoje causa arrepio e desconforto naqueles que se lembram: Vecna. E esse período ficou conhecido como O Surgimento de Vokul.

 

Em 4740 A.Q., Ur decidiu que a hora havia chegado e marchou com seu exército em direção aos portões de Rashemir.

O Segundo Golpe

A corneta de emergência soava intensamente, ecoando por toda Rashemir. Foi numa manhã quente de primavera que as tropas Vokulanas chegaram aos portões da grande cidade.

Num ataque surpresa, Vecna e seu exército, agora composto por magos, guerreiros e máquinas de guerra, executaram o primeiro assalto contra Rashemir, na tentativa de tomar a cidade. 

Vecna avançava e seu exército atacava impiedosamente a cidade e eliminava cruelmente qualquer um que se opusesse. Kaldor e seus Kendovs se lançaram no campo de batalha e lideraram bravamente os soldados que defendiam Rashemir da fúria de Vecna.

Labaredas atravessavam o céu e atingiam os prédios e construções rashemirianas, enquanto o barulho das construções ruíndo e do tilintar de espadas invadia o ar. Fumaça e sangue coloriam de forma fúnebre o campo de batalha. Magos e feiticeiros traçavam duelos arcanos, numa demonstração pirotécnica onde raios e trovões cortavam tempo e espaço e bolas de fogo surgiam de um lado da cidade, para em seguida, explodir, enquanto as flechas zuniam no ar em direção aos mais desatentos. Feixes de luz desciam dos céus vindos do clamor dos clérigos de Rashemir na tentativa de curar os feridos no campo de batalha para que eles pudessem retornar ao combate. O som cadenciado de tambores, numa melodia rítmica e pulsante, ecoava pelas ruas de Rashemir, como se a própria cidade emitisse os sons e encorajava os guerreiros rashemirianos ao mesmo tempo que intimidava as tropas vokulianas.

A cidade pulsava viva e em chamas, em meio a gritos de guerra e generais de combate que motivavam as tropas rashemirianas e assim a cidade resistia bravamente aos ataques incessantes.

O que Vecna não esperava é que mesmo com todo o aparato e maquinário de guerra, seu exército ainda assim, era composto majoritariamente por aldeões e camponeses, que pouca chance tinham contra os experientes guerreiros de Rashemir. E assim, Kaldor e seu exército, expulsaram as tropas vokulanas dos territórios de Rashemir. Mas não antes de Vecna se pronunciar e dizer que retornaria ainda mais forte que da próxima vez não sobraria nada além das ruínas de Rashemir e a cabeça de Kaldor e seus Kendovs penduradas nos portões da cidade, como troféus. Foi então que Kaldor reconheceu Vecna e percebeu quem ele de fato era Ur, um de seus Kendovs.

Esse período ficou conhecido como O Segundo Golpe, pois Kaldor entendeu que o primeiro golpe ocorreu quando Ur traiu a todos e montou seu exército ao Norte.

Embora Vecna e o que sobrou de sua tropa tivessem se retirado, o estrago estava feito. Milhares de vidas foram perdidas. De aldeões a militares, homens, mulheres e crianças foram assassinados cruelmente pelo exército de Vecna e a cidade também arida em chamas pois Rashemir não estava preparada para um ataque de tamanho porte. Kaldor trabalhou incansavelmente com toda a população rashemiriana para a reconstrucão da cidade e reparar os estragos causados por Vecna, mas isso demandaria tempo demais e Kaldor sabia que Vecna não pararia ali então ele precisava se preparar para uma segunda investida e assim, convocou novamente seus, agora, onze Kendovs.

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As Árvores Brancas

Enquanto Rashemir era reconstruída, Kaldor convocou seus onze Kendovs e ordenou a construção das Hofkiins.

 

As Árvores Brancas seriam construídas exatamente nos pontos das linhas de Ley de Kaldor e seus construtores deveriam  

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A Queda de Kaldor

Enquanto Rashemir era reconstruída, Kaldor convocou seus onze Kendovs e ordenou a construção das Hofkiins.

 

As Árvores Brancas seriam construídas exatamente nos pontos das linhas de Ley de Kaldor e seus construtores deveriam  

 

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